"Nem Sempre o que Pensamos é o que Vivemos... E na Maioria das Vezes o que Vivemos é o que Jamais Pensamos..."
Fulvio Ribeiro

Blogagem Coletiva - Vida de Escritor

Author: Fulvio Ribeiro /




Gente nessa blogagem da Vanessa quero falar de duas pessoas que me são exemplos, cada uma ao seu modo. Primeiro quero falar de um autor que me encanta com seus contos e novelas, sem falar de seus clássicos, que ai já seria covardia, e eu não me atreveria a comenta-los, falo de Tolstoi. Escolhi ele em meio a tantos pois me identifico com seus escritos e sua postura, encontro nele inspiração, um pouco de loucura, misturada com uma lucidez que o colocava anos-luz frente de sua época.
Ele dizia algo que ecoa hoje como nunca "Os ricos fazem tudo pelos pobres, menos descer de suas costas,.. "O homem pode viver 100 anos na cidade sem perceber que já está morto há muito tempo",... "Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em mudar a si mesmo"...
Quando tive a felicidade de ler " A Mort de Ivan Ilitch" (1886), Fiquei maravilhado e ao mesmo tempo, preocupado por encontrar em mim sombras daquilo que levou seu personagem a um vida amarga, e com sentido apenas em seus últimos instantes .
Depois disso já li quase todas as suas obras, e com certeza indico todas (rsrsrs), ai vai um trechinho de " A felicidade conjugal" :

[...] "
não existia mais; e também nas atitudes dele já não via exemplos de perfeição, já não riamos sem motivo, olhando um para o outro, pelo simples prazer de rir. Tudo isso foi desaparecendo sem que notássemos. Agora cada um tinha seus prórpios interesses e preocupações, que não procurava compartilhar com o outro. Passamos a aceitar com naturalidade que cada um aceitasse seu próprio mundo, onde o outro não tinha lugar. Acostumamo-nos tanto com essa situação que nossos olhos já não se turvavam quando olhávamos um para o outro.

O culpado disso é o tempo e nós mesmos. Em cada fase da vida há um tipo de amor... - disse ele e calou-se por um momento. - Devo dizer toda a verdade? Já que você quer franqueza... No ano em que nos conhecemos, eu passava noites em claro, pensando em você, e construí eu mesmo aquele amor, que foi crescendo no meu coração. Da mesma forma, em Petersburgo e no estrangeiro eu não dormia, passei noites horríveis estraçalhando e destruindo aquele amor que me torturava. Mas não o destruí inteiramente, destruí somente a parte que me fazia sofrer. Fiquei tranquilo e agora eu a amo, mas com outro tipo de amor.

Não vamos tentar repetir a vida - continuou ele - não vamos mentir para nós mesmos. E vamos dar graças a Deus por não termos mais as inquietações e ansiedades de antigamente

Precisamos viver todo o absurdo da vida, para podermos voltar à vida verdadeira"[...] .

A outra pessoa a quem me referi é uma amiga particular, porem inspiradora, que sempre me da uma força enorme aqui na blogosfera, então não posso deixar de citar nessa ocasião. Falo de minha amiga Mari do
Mari Amorim Brincando Com a Rima, gente aprendi tanta coisa com essa menina, sem contar que ela só escreve coisa boa .!!!
Ai vai "Estado de graça" um poema dela:

Nos degraus de minha casa

Olhava o mais novo habitante

Que vinha visitar meu jasmim

O beija flor que de Eros batizei

No horizonte o pôr do sol

Compunha o cenário atrás da jaboticabeira

Meu vizinho tocava Puccini

Madama butterfly na voz de Maria Callas

O som foi tomando forma

Abduzindo meu ser

Por instantes levitei

Com as notas do piano

Nem dominando a física quântica

Conseguiria entender

Olhei novamente o jasmim

Eros estava lá sugando o néctar das flores

As essências de jasmim e alecrim

Encheram a atmosfera de alegria

Como flecha atingiu minha alma

Libertando meu coração para o amor.


(Ps: Vanessa me desculpe pois não pude postar ontem.)



Fulvio Ribeiro.


9 comentários:

Vanessa Anacleto disse...

Não postei nada hoje no blog justamente para que quem não pode fazer ontem atualizasse os posts. Afinal foi feriado, nem todo mundo consegue acessar. Seu post ficou ótimo, único que li até agora a homenagear Tolstoi. Mais que merecido. Muito obrigada por participar da coletiva.

Abraço

Mari Amorim disse...

Fulvio,
duplamente obrigada,uma por Tolstoi,outra pelo carinho dirigido a mim.Você é um amigo muito especial,e como na expressão africana,Eu somos Nós,só repassei alguns conhecimentos que os amigos da blogosfera passaram para mim,ou seja o compartilhar é o caminho,Parabéns e amigos para sempre!
Boas energias
Mari

A Madrasta Má disse...

Adorei, não conhecia o autor mas adorei as citações, me identifico com este tipo de texto! A Mari merece! bjinhos da Madrasta!

Susyanne Oliveira disse...

Bom o seu texto.
Com frases como essas "Os ricos fazem tudo pelos pobres, menos descer de suas costas,.. "O homem pode viver 100 anos na cidade sem perceber que já está morto há muito tempo",... "Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em mudar a si mesmo"...
Tolstoi é de fato leitura obrigatória.

Beijíssimo

Luma Rosa disse...

Não consigo entrar no blogue da Mari! Tá travando pra mim! Você pode avisá-la por mim? :)

Não conhecia "A felicidade conjugal", mas estranho...

Lembrei das primeiras linhas de “ADA ou Ardor,” do Nabokov, são parecidas com as do Tolstoi.

Veja, o primeiro capítulo inicia-se assim:

“Todas as familias felizes são mais ou menos diferentes; todas as famílias infelizes são mais ou menos semelhantes,” disse um grande escritor russo no início do famoso romance[...] Essa afirmação tem pouca ou nenhuma relação com o que será relatado aqui, a crônica de uma família cuja primeira parte talvez esteja mais próxima de outra obra de Tolstói, Diétstvo i Otrotchestvo( Infancia e pátria, Editora Pontius, 1858).”

Ada ou artdor, "Crônica de uma família", tradução de Jorio Dauster, Companhia das Letras. 2005.

Plágio?

Bonita participação! Mostrou um Tolstoi modernoso!! :D

Aline disse...

"Os ricos fazem tudo pelos pobres, menos descer de suas costas,.. "O homem pode viver 100 anos na cidade sem perceber que já está morto há muito tempo",... "Todos pensam em mudar a humanidade e ninguém pensa em mudar a si mesmo"...

Sem comentários...

maria claudete disse...

Obrigada por ter-me feito conhecer tão profundo e verdadeiro texto de Tolstoi,revelador para muitos sobre a relação afetiva entre duas pessoas que se amam. Parabéns pelas escolhas , cativante o poema da Mari. Abraços.

Serena Flor disse...

Belíssimas escolhas meu amigo!
Te confesso que não sei quase nada de Tolstoi, mas em compensação da Mari, só tenho elogios e carinho por esta criaturinha tão adorável.
Adorei seu blog e se me permitir, voltarei muitas vezes mais meu lindo!
Um grande beijo e ótimo dia pra você!

Marcia disse...

Olá, Fulvio
Só hoje pude passar pra ver sua blogagem (no dia eu fui, mas vc ainda nnao havia postado).De Tolstoi li "Ana Karenina", e adorei. Mas não li outros. Não sei se esse trecho é de "A Felicidade Conjugal", mas desconfio que seja. Eu amo!!!
"Aquele que conheceu apenas a sua mulher, e a amou, sabe mais de mulheres do que aquele que conheceu mil."

Quanto à Mari, não sabia que escrevia tão lindas poesias... vou até lá pra conhecer melhor. Passa no meu blog para ver a nossa postagem.
www.almastatuadas.blogspot.com/
Beijos, Marcia

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