
Julia uma jovem jornalista muito bela e culta, acorda, e novamente sente a brisa suave da misericórdia soprando sua face, depois de uma boa espreguiçada ela decide se levantar, tomar um bom banho, preparar-se para sua rotina monótona e sem muito sentido verdadeiro.
Mas no chuveiro um sentimento novo a invade, algo que ela nunca havia sentido antes (mas que lhe caiu bem para o momento).
Logo lhe veio a mente alguma coisa que tinha lido na noite anterior, em um novo testamento que carregava sempre para lhe trazer sorte, mas logo chegou a conclusão que pensar assim seria tolice. Tomou seu café desta vez com calma, coisa que não era comum em se dia- dia, e partiu em direção ao trabalho.
Tudo estava muito estranho ao seu redor, o transito caótico, as buzinas dos carros, semáforos fechados, não conseguiram lhe tirar a paciência aquela manhã, e isso nunca tinha ocorrido com ela antes. Chegando em seu trabalho, Julia viu um recado que estava sobre a sua mesa com o contato de um rapaz, o qual teria gostado muito de um de seus artigos publicados recentemente,que tratava sobre as virtudes e mazelas do ser humano.
Julia então decidiu ligar para o rapaz e agradecer o reconhecimento e os elogios dispensados a seu artigo, ao telefone o rapaz lhe pareceu simpático, calmo e muito inteligente, o que contribuiu muito para o sim que Julia disse quando o rapaz lhe convidou para um café.
Após desligar o telefone ela dizia: - “Devo estar com problemas mesmo, primeiro aqueles sentimentos estranhos, depois ligo para um desconhecido querendo ser gentil e pior, vou tomar um café com ele.
Mas o que Julia não sabia é que tudo mudaria em sua vida depois daquele encontro, o dia foi passando, e aquele sentimento totalmente desconhecido, (porem muito gostoso) continuava a permear seu coração. E quando estava perto das 06 h da tarde, Julia se dirigiu ao local do encontro com o tal estranho, quando ambos se apresentaram de imediato ela sentiu algo diferente pulsando dentro de si, uma espécie de alegria na alma e gostou muito do rapaz.
Passaram então a se encontrar com certa frequência sempre nos fins de tarde, e nesse mesmo período Julia também começou a apreciar coisas que para ela eram relevantes até então como, a musica que a chuva ao cair nos oferece, a dança das árvores com o bater do vento em seus galhos, e como eram interessantes alguns pássaros que insistiam em brincar na sua sacada, isso fazia Julia lembrar de algum parágrafo que tinha lido no seu livro da sorte que falava sobre a Graça.
Na terceira semana em um de seus encontros com seu novo amigo, Julia decidiu falar com o rapaz que algo estava acontecendo com ela, pois ele era parte daquilo. O rapaz percebeu que realmente algo estava diferente, pois seus olhos brilhavam tanto e percebeu que Julia poderia fazer qualquer coisa para vê-lo bem e em paz.
Julia não conseguindo conter esse sentimento que lhe era superior, tão forte ao ponto de assumir o controle de suas decisões, ela respirou fundo e disse ao rapaz:
- “não sei muito sobre você, não conheço sua família, te conheci há poucos dias. Mas te Amo de uma maneira que não sei se encontro palavras para descrever, é um sentimento que não tem nada a ver com isso que chamamos ‘amor’, tenho a impressão que esse sentimento não é comum entre seres humanos, pois somos tão ruins, ciumentos, possessivos, e desconfiados com quem geralmente gostamos, esse sentimento fala de outra coisa, fala de querer bem, de ser bom, de liberdade, amizade e paz”.
Depois disso não conseguiu controlar as lagrimas que rolaram pela sua bela face.
O rapaz envolto naquela atmosfera olhou bem nos olhos de Julia e disse: - Você só pode ser um anjo, pois tal sentimento não pode habitar o coração de um simples mortal!
Ouvindo essas palavras Julia lembrou-se de uma simples oração, que fizera quinze dias atrás antes de pegar no sono, após ter lido algumas palavras de Paulo sobre o Amor em seu novo testamento da sorte (1Cor 13:1-13.). Ela orou: - “Senhor você sabe que não sou muito religiosa, e nem sei bem se acredito que você existe, mas se existe, me deixe sentir Isso!!!”.
Depois de lembrar-se daquela noite, ela virou para o rapaz e respondeu com um belo sorriso:
- “Não! Não sou um Anjo, mas também não me sinto uma simples mortal de três semanas pra cá, e se você soubesse a beleza do sentimento que me foi concedido, com certeza também o desejaria!”.
Conversaram durante mais algumas horas, e se despediram do encontro naquela tarde, para se encontrarem outras vezes, e esse sentimento tornou-se contagiante.
Se vivermos como simples mortais, nunca conheceremos a beleza de um sentimento tão nobre como o amor, pois ele é Imortal.
Fulvio Ribeiro.